segunda-feira, 4 de março de 2013

Telas múltiplas, Google Glass… De que jeito nós vamos ver as Olimpíadas em 2016?

Getty Images
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Quando dei uma olhada em um gráfico da audiência das Olimpíadas de Londres, fiquei me perguntando: que tipo de maluco se enquadra nos 1% de espectadores que dizem ter assistido às Olimpíadas de Londres por meio não de uma, duas ou três, mas de quatro telas, e num só dia? Até demorei um pouquinho pensando, mas caí na real. O doido, na verdade, sou eu.
Sim, meus amigos, preciso confessar com aquela vergonha típica dos nerds bitolados - fiquei quase um dia todo vidrado na final do voleibol feminino (ahhh, Sheilla!), pela televisão; no atletismo transmitido pela internet, via notebook; no vôlei de praia, usando um tablet, e numa cobertura geral, daquelas tipo minuto-a-minuto, pelo smartphone. De fato, não usei quatro telas num período de 24 horas, mas sim todas ao mesmo tempo.
Ok, ninguém precisa (nem deve, acho) ser tão exagerado quanto eu. Mas ver que 24% dos espectadores assistiram jogos por duas telas, segundo informações do YouGov, não parece algo sintomático? Pois é. O sujeito apresentando essa palestra aí, durante o Mobile World Congress, em Barcelona, chama-se Ian Carrington e trabalha como diretor de estratégia digital no Google. Num papo rápido, ele disse acreditar que, em 2016, a maioria das pessoas vai assistir os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro pela TV e com, pelo menos, o tablet no colo - conferindo informações adicionais ou vendo as mesmas imagens por um ângulo alternativo.
E o que mais estará em alta? Eu perguntei, e ele não demorou um segundo para responder, como num espirro, wearable devices (isso, equipamentos de vestir, tipo Google Glass). Claro, o executivo tem todo interesse de fazer uma propagandinha de seu produto. Mas já pensou passear por uma cidade olímpica com um par de óculos te mostrando, virtualmente, o calendário de jogos que vão acontecer no Maracanãzinho? E ainda comprar os ingressos ali mesmo, andando pela rua e esticando o dedo para clicar num ícone "flutuante"? Nada impede que as imagens da televisão também venham carregadas de informações para o Glass, certo?
Aproveitando o ensejo, conversei também com Alex Balfour, ninguém menos que o chefe do desenvolvimento de todas as plataformas virtuais das Olimpíadas de Londres - do site oficial aos aplicativos para smartphone. Ele foi bem mais conservador na futurologia, mas concordou com Carrington em uma coisa: se os Jogos de 2012 foram marcados pela mobilidade (acredite, 60% dos espectadores que acessaram esses conteúdos online o fizeram via smartphones ou tablets), 2016 levará o carimbo das Olimpíadas sociais. Tudo porque o brasileiro adora um Facebook.
Na opinião de Balfour, todas as tecnologias que serão largamente usadas no Rio de Janeiro já estão por aí. "Demora mais ou menos uns sete anos para uma plataforma amadurecer, então acho que os brasileiros vão mesmo é melhorar o uso dos smartphones", aposta ele, citando a inclusão de mapas personalizados referentes aos locais dos jogos. "E também vão usar o NFC como tíquete para entrar nos estádios, coisa que não deu tempo de fazer em Londres." 

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