Antes dos efeitos digitais e do motion capture,
o animador Ray Harryhausen fazia a cabeça da garotada que frequentava
os cinemas nos anos 50, 60 e 70. Um mestre na animação quadro a quadro
(ou “stop-motion”), ele deu vida, no telão, a criaturas como a Medusa e o
Kraken (ambos da versão original de “Fúria de Titãs”), dragões e
centauros (nos filmes da série “Simbad”) e às monstruosidades
mitológicas de “Jasão e os Argonautas”, clássico da Fantasia realizado
em 1963 e que ainda inspira os cineastas.
Harryhousen tomou gosto pelos efeitos especiais ao assistir a “King
Kong”, em 1933. Na época, o maior especialista em animação quadro a
quadro era Willis O’Brien, um precursor de Ray. Mas foi Harryhausen quem
realmente aprimorou e difundiu o “stop-motion”, por meio de uma
filmografia cheia de títulos memoráveis (“A 20 Milhões de Milhas da
Terra”, “Os Três Mundos de Gulliver”, “O Monstro do Mar Revolto”, “A
Invasão dos Discos Voadores” e “Os Primeiros Homens na Lua”, entre
outros).
O animador faleceu no último dia 07 de maio, aos 92 anos. Além de uma
legião de admiradores (alguns deles famosos, como os diretores Steven
Spielberg, George Lucas, Peter Jackson e Tim Burton), Harryhausen deixa
um legado de produções antológicas, que não apenas sobreviveram à prova
do tempo como se mantém importantes referências para o gênero.
Publicado em 08/05/2013
Texto: Eduardo Torelli
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